MULHERES NA ORTOPEDIA

     
 

As mulheres na ABTPé

Janice Guimarães
Salvador - BA
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Fundada em 1975, a ABTPé teve sua primeira representante do gênero feminino na própria fundação através da Dra. Stella Rosenbaum, que foi também a primeira médica ortopedista do Brasil e primeira mulher integrante da diretoria, em 1988. Formada em 1953, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Dra. Stella foi diretora científica na gestão 1988-1989 e vice-presidente da associação na gestão 1990-1991, além de vice-presidente da ASAMI (Associação Brasileira de Reconstrução e Alongamento Ósseo) na gestão 1992-1993, destacando-se como grande exemplo de pioneirismo. Através de outra associada (a única que não é médica), a senhora Maria Cristina de Farias Knackfuss, viúva do prof. Irocy Guedes Knackfuss, foi possível obter acesso a fotos e documentos carinhosamente mantidos por ela, em um acervo relacionado tanto a Dra. Stella quanto ao prof. Irocy.  De 2000 a 2003, o cargo de segunda secretária foi ocupado pela Dra. Verônica Fernandes Vianna, que também atuou como diretora de informática na gestão 2004-2005 e é coordenadora da ortopedia da Rede D'Or São Luiz com foco no atendimento assistencial dos hospitais CopaStar, Copa D'Or e Glória D'Or, além de ser responsável pelo programa de Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia do IDOR. A gestão 2016-2017 da diretoria teve, como uma das suplentes, a Dra. Cíntia Kelly Bittar, docente da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e uma das associadas mais atuantes na área de pesquisa. A atual diretoria (2020-2021) é composta pela Dra. Jordanna Maria Pereira Bergamasco (primeira secretária, médica e assistente do grupo de cirurgia do pé e tornozelo da Santa Casa de São Paulo), Dra. Tânia Szejnfeld Mann (comissão social, médica colaboradora da Universidade Federal de São Paulo e médica contratada do Hospital Israelita Albert Einstein para atuação no pronto-atendimento ) e Dra. Maria Helena Costa Vieira (comissão social, médica da Santa Casa de Campo Grande e pioneira na cirurgia do pé e tornozelo no estado do Mato Grosso do Sul). Dra. Oscalina Márcia Pereira da Silva coordena a diretoria da regional Nordeste 2 – SE, AL, PE, e atua no estado de Pernambuco, também na assistência ao pé infantil. 

Dos 657 associados a ABTPé, 44 são mulheres, distribuídas em 12 estados: Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (onde estão concentradas aproximadamente 50% delas). 32 centros formadores credenciados pela ABTPé para o aperfeiçoamento de médicos ortopedistas que desejam especializar-se em medicina e cirurgia do tornozelo e pé estão distribuídos pelo Brasil, sendo um deles chefiado pela Dra. Ana Luiza de Sousa Lima Cerqueira de Araújo, no Complexo Hospitalar São Francisco de Assis, em Belo Horizonte – MG. 

Os periódicos: revista da ABTPé (2016-2017) e Scientific Journal of the Foot and Ankle (2018-2019) tiveram, como editora associada, a Dra. Kelly Cristina Stéfani, que atua como docente do Programa de Pós-Graduação em Inovação Tecnológica e Processos Assistenciais Perioperatórios da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo) e foi a ganhadora do Prêmio de Liderança Internacional Feminina da AOFAS (American Orthopedic Foot and Ankle Society) em 2019, além de Embaixadora Internacional do Comitê de Jovens Médicos da mesma instituição. 

Grande entusiasta do esporte, a Dra. Ana Paula Simões Ferreira é médica assistente do grupo de traumatologia do esporte da Santa Casa de São Paulo (SCSP) e vice-presidente da Sociedade Paulista de Medicina do Esporte (SPAMDE), além de ter sido médica da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por mais de oito anos. 

Em setembro de 2018, durante a oitava edição do Flamecipp (Federación Latinoamericana de Medicina y Cirugia de la Pierna y del Pie), um dos módulos (o primeiro composto só por mulheres) foi coordenado pela Dra. Tânia Mann, com palestras e discussões de temas abrangentes, uma vez que o universo feminino faz parte da rotina de todos os cirurgiões de pé e tornozelo que se interessam em buscar um adequado tratamento e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida para as suas pacientes.  

A Cirurgia do Pé e Tornozelo no Brasil é a quinta subespecialidade ortopédica com maior número de mulheres em sua composição, sendo a ABTPé a associação com maior comprometimento em promover a diversidade através da atual diretoria. Diante disso, utilizo esse texto para agradecer a gestão 2020-2021 pelo espaço dedicado a nós, mulheres, e também a todas as mulheres que fazem parte da associação, desde as pioneiras citadas aqui (e tantas outras espalhadas pelo Brasil) até as recém-ingressadas, bem como a pessoa da secretária Hui Li, profissional extremamente humana, competente e dedicada que caminha lado-a-lado com a ABTPé há tantos anos.

 

Da esquerda para a direita: Tânia Mann, Ana Luiza Cerqueira, Cíntia Bittar, Cibele Réssio, Oscalina Márcia, Janice Guimarães, Marina Guenka