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MULHERES NA ORTOPEDIA |
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Mulheres na ortopedia: conheça a Dra. Glaucia Bordignon Dra. Glaucia Bordignon
Nesta edição, convidamos a Glaucia Bordignon, membro da ABTPé há pouco mais de um ano, para descrever como tem sido sua experiência na área de ortopedia e cirurgia do pé e tornozelo. “Meu nome é Glaucia, sou ortopedista e cirurgiã do pé e tornozelo, tendo finalizado minha subespecialização há pouco mais de um ano. No momento, estou realizando um fellow focado em análise do movimento e biomecânica da marcha na Midwest Orthopaedics at Rush em Chicago, EUA, oferecido pelo Instituto Brasil de Tecnologias da Saúde. Venho compartilhar minha experiência como jovem cirurgiã. Ainda nos dias de hoje, a mulher que opta pela ortopedia continua desbravando terrenos previamente desconhecidos a pessoas de nosso gênero. Durante minha graduação, fui a primeira mulher na monitoria de ortopedia e na presidência da liga acadêmica de ortopedia. Na residência, fui a primeira residente mulher de meu serviço. Fui também a primeira mulher selecionada para o fellow que estou participando. Não uso isso como mérito, mas como exemplo de que nossa participação nesta área ainda é tímida. Ser mulher e cirurgiã do pé e tornozelo nos permite muitas vezes criar uma melhor conexão com o paciente. O fato de muitas patologias e deformidades estarem ligadas ao gênero feminino ou ao uso de calçados femininos acaba nos tornando familiarizadas com as queixas, facilitando o entendimento da dor do paciente. Este fato acaba por aproximar a relação principalmente com pacientes do sexo feminino. A presença da mulher na ortopedia vem crescendo com o passar dos anos. Com o aumento da busca pelo campo ortopédico, há também um aumento na representação científica. Vê-se uma maior presença feminina em congressos e conferências, tanto como ouvintes, quanto como palestrantes. Acredito que esta presença acadêmica gere um impacto positivo sobre muitas jovens ortopedistas ou aspirantes à área, da mesma forma como me incentivou. Encontrar outras mulheres que já trilharam caminhos que hoje estou percorrendo me traz um sentimento de representatividade, e as tenho como exemplo para continuar no ramo da pesquisa, sempre buscando ampliar meu conhecimento. Da mesma forma, acredito que ainda tenhamos um longo caminho pela frente. Vejo a importância da inspirar a presença de mulheres e outras minorias neste meio, tornando a ortopedia um campo mais acolhedor e diverso. Ao agregar pessoas com diferentes experiências e pontos de vista sobre uma mesma patologia, acredito que ampliaremos nossa capacidade de personalização do cuidado ao paciente”. Glaucia é graduada em Medicina pela Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí (SC), com residência em Ortopedia e Traumatologia pelo Hospital Evangélico de Londrina, Londrina (PR) e especialização em Cirurgia do Pé e Tornozelo pelo Hospital Municipal Universitário de Taubaté, Taubaté (SP). Atualmente atua como International Research Fellow do Instituto Brasil de Tecnologias da Saúde (IBTS, Rio de Janeiro - RJ), e Research Scholar pelo Rush-IBTS International Fellowship Program at Midwest Orthopedics at Rush (MOR), Chicago, EUA.
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